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Posted by: Jamile Rodrigues

É noite de terça-feira. As pessoas, exaustas de suas horas de trabalho, se amontoam umas entre as outras, tentando encontrar um lugar ''confortável'' no ônibus. Lá fora, segue uma quilométrica fila de carros, ônibus e caminhões, na esperança de chegarem logo em seus destinos. Voltando para a cena do ônibus, os que estão sentados, dormem, olham com piedade para os que estão em pé ou simplesmente, parecem pensar sobre a vida. Os que estão em pé, pobres coitados, sentem dores nas pernas e o desespero por estar em um lugar tão pequeno e ao mesmo tempo, tão abafado! De repente, alguém desmaia. Coisa comum nas viagens de transporte público de hoje. Os que estão por perto, socorrem, os outros continuam olhando com normalidade aquela cena. Os gritos de ''abram as janelas, está muito abafado aqui'' ecoam enquanto o motorista, já atordoado, tenta guiar o ônibus até o destino final. A moça acorda. Ufâ! Foi só uma queda de pressão! Continua sentada no lugar sedido por alguma alma caridosa, assim que a viu desmaiada. A viagem prossegue, o engarrafamento finalmente termina. O motorista corre, talvez na esperança de compensar o tempo perdido. Depois de demorados minutos, o ônibus chega no seu destino e em cada parada, as pessoas descem. Na certeza de que amanhã, acontece tudo outra vez. E esse vai continuar sendo a imagem do transporte público de Brasília, pelo menos até o aumento da frota de ônibus, prometido há alguns anos.

This entry was posted on quarta-feira, junho 13, 2012 . You can leave a response and follow any responses to this entry through the Assinar: Postar comentários (Atom) .

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