Por um mundo menos pobre e mais verde  

Posted by: Jamile Rodrigues

Rio de Janeiro sempre esteve no centro das atenções do Brasil. E foi lá que, dos dias 13 a 22 de junho, aconteceu a Rio +20. Uma conferência da ONU, que reuniu líderes do mundo todo para discutir metas para transformar o planeta em um lugar melhor, através do desenvolvimento sustentável 


             Rio+20 não foi uma reunião para discutir meio ambiente, mas sim para analisar como campos sociais e ambientais, além do econômico, devem ser considerados para o desenvolvimento dos países.
             - Sou apenas uma criança, mas ainda assim sei que se todo o dinheiro gasto nas guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza, para achar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso a terra seria – Com essas palavras, a canadense Severn Cullis-Suzuki calou o mundo há vinte anos, na Eco-92. Atualmente com 32 anos, ela esteve presente na cúpula dos povos, na Rio+20 e disse que se sente muito animada em ver os jovens engajados nos debates sustentáveis. – Usem suas vozes. O mundo precisa ouvir essa simples mensagem, o desenvolvimento sustentável significa justiça intergeracional, e é baseado nas crianças e nos jovens do futuro – Disse Severn, Orgulhosa. 
             A comparação entre a Rio+20 e a Eco-92 é inevitável, já que este ano, uma certa revisão do texto de 20 anos atrás, aconteceu. A Eco-92 ampliou a consciência ambiental e fez com que os líderes governamentais traçassem metas para um futuro sustentável. A esperança, agora, é que isto se repita com a Rio+20.
            Os últimos três dias da Rio+20, com o tema The Future We Want (O Futuro que Queremos) foram marcados pelo encerramento do texto oficial e a aprovação de um plano para o avanço da ‘‘economia verde’’, uma forma de combater a pobreza e os problemas que o meio ambiente tem enfrentado. Infelizmente, várias críticas foram feitas, e vieram tanto da cúpula dos povos, quanto de ONG’s e de boa parte dos representantes dos 191 países presentes. Mas para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a conferência foi um sucesso, os discursos terminaram e agora é a hora de começar a trabalhar. Ele advertiu os líderes mundiais de que o futuro está em nossas mãos. 
           Confiante, a Presidente Dilma Rousseff, afirmou que o documento final da Rio+20 ‘’não retrocede’’ em relação à Eco-92, mas avança. 
           O acordo final conta com 53 páginas, e cita os principais problemas do planeta, o desmatamento, a fome nos países pobres, o esgotamento dos recursos naturais e a extinção de milhares de espécies. E a partir de agora, segundo a Presidente Dilma, a prioridade máxima do mundo é erradicar a pobreza e fazer com o que o planeta produza de forma sustentável.

Quando eu quase desisti de jornalismo  

Posted by: Jamile Rodrigues

                    Em dezenove aninhos vividos (e bem vividos por sinal), só pensei em cursar duas coisas nessa vida, odontologia ou jornalismo. Com a pressão do papai e de boa parte da família, quase optei por direito ou medicina. Mas nunca gostei muito de constituição e não era tão inteligente para a área de saúde. Aos quinze anos tomei a decisão mais arriscada da minha vida, vou fazer jornalismo! Chamo de arriscada, porque quando nós escolhemos uma profissão, abrimos mãos de todas as outras. Óbvio que no meio do curso, ou após a conclusão, a gente pode mudar, escolher outra área, totalmente diferente. Mas a escolha que fazemos, principalmente no meu caso, já que coloquei meus pés na Universidade aos 16 anos, é sempre arriscada.
                     Mas a minha belíssima ou trágica história só está começando. Como uma garota que não era muito fã de escrever, decide cursar jornalismo? Pois é. Mas o meu pensamento inicial foi: eu falo demais, preciso usar toda essa força de vontade para falar, em alguma utilidade. E ai fui, cheia de sonho e com a maior vontade de mudar o mundo (todo estudante de jornalismo pensa assim ou só eu?)
                     Os semestres foram passando e em quase três anos cursando jornalismo, descobrindo coisas, pessoas, histórias. Me apaixonando cada vez mais pelos enredos narrados em sala de aula. Passado alguns semestres, no quinto eu me deparo com uma disciplina que eu pensei ''agora sim! Decide o que eu quero. TV!'' Pronto, sabia que a partir daquele momento, ia optar por áudiovisual.
                      Só que diferente do que possa parecer ou do óbvio, eu não me apaixonei. Não senti tesão pela área, e até alguns desentendimentos (coisas que não devem ser citadas por aqui) foram me fazendo desistir pouco a pouco de trilhar o caminho televisivo (e quase me fizeram desistir de jornalismo). Mas o semestre não foi todo sem paixão,  outra disciplina me prendeu e de repente, me vi ligada ao jornalismo outra vez, edição e cobertura jornalística. Li livros e textos fantásticos de autores que não mudaram o mundo, mas com certeza, fizeram a diferença e ainda fazem. Aí, o gosto pela escrita voltou e como um flash, a vontade de ser colunista (vejam só os desejos dessa garota) me venho a cabeça. Porque não?! Transmitir de forma objetiva, porém emocionante, o que muitas vezes é tratado simplesmente como notícia. Lembrando que para mim, a notícia vai muito além de informar. Ela tem a função de emocionar, de questionar e no fundo, de ajudar os outros. E então eu percebi que não importa a plataforma, seja imprensa, áudiovisual, blog, ou qualquer outra, a minha função, como jornalista, é não desistir de ajudar quem estiver precisando.

 

Posted by: Jamile Rodrigues

[...] ''Embora não conste em nenhum manual de Jornalismo que o repórter tem, entre outras coisas, a função de acabar com a fome, sempre é bom poder ajudar alguém com aquilo que a gente escreve''.

Ricardo Kotscho

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Posted by: Jamile Rodrigues

É noite de terça-feira. As pessoas, exaustas de suas horas de trabalho, se amontoam umas entre as outras, tentando encontrar um lugar ''confortável'' no ônibus. Lá fora, segue uma quilométrica fila de carros, ônibus e caminhões, na esperança de chegarem logo em seus destinos. Voltando para a cena do ônibus, os que estão sentados, dormem, olham com piedade para os que estão em pé ou simplesmente, parecem pensar sobre a vida. Os que estão em pé, pobres coitados, sentem dores nas pernas e o desespero por estar em um lugar tão pequeno e ao mesmo tempo, tão abafado! De repente, alguém desmaia. Coisa comum nas viagens de transporte público de hoje. Os que estão por perto, socorrem, os outros continuam olhando com normalidade aquela cena. Os gritos de ''abram as janelas, está muito abafado aqui'' ecoam enquanto o motorista, já atordoado, tenta guiar o ônibus até o destino final. A moça acorda. Ufâ! Foi só uma queda de pressão! Continua sentada no lugar sedido por alguma alma caridosa, assim que a viu desmaiada. A viagem prossegue, o engarrafamento finalmente termina. O motorista corre, talvez na esperança de compensar o tempo perdido. Depois de demorados minutos, o ônibus chega no seu destino e em cada parada, as pessoas descem. Na certeza de que amanhã, acontece tudo outra vez. E esse vai continuar sendo a imagem do transporte público de Brasília, pelo menos até o aumento da frota de ônibus, prometido há alguns anos.