Distrito Federal convive com contrastes históricos, indica pesquisa. Veja entrevista  

Posted by: Jamile Rodrigues



Políticas públicas - A pesquisa foi lançada, nesta semana, no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), que foi realizada em 30 Regiões Administrativas do DF. Realiza pelo Governo do Distrito Federal, em parceria com a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), a pesquisa tem o objetivo de aperfeiçoar as políticas governamentais de Brasília.

Um Comitê integrado pela Codeplan, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Católica de Brasília (UCB) e UniCEUB, serão responsáveis por grupos de trabalho voltados para as áreas de saúde, educação, transporte, desenvolvimento econômico e combate às desigualdades sociais. Cada instituição deverá realizar seminários, com os dados da PDAD, em 2013.

Em entrevista à Agência de Notícias do Uniceub, Max Maciel, Coordenador Geral da Central Única das favelas DF (CUFA-DF), afirmou que os resultados dessa pesquisa vão contribuir para planejamentos sociais em Brasília. ''Nós esperamos que a partir dessas pesquisas, as dificuldades em educação, saúde, transporte dos brasilienses, sejam resolvidas''.

A proposta da Codeplan é que a cada dois anos, novas pesquisas sejam feitas. ''Esse trabalho ajudará a identificar caminhos que levam à transformação socioeconômica do Distrito Federal'', disse o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.

Vendedores oferecem marmita a partir de R$ 5 no centro de Brasília  

Posted by: Jamile Rodrigues


           Na cidade em que o almoço fora de casa custa em média R$ 31,77 (segundo pesquisa do Datafolha e da Alelo), vendedores oferecem marmitas com valores que variam de R$ 5 a R$ 10 em centros comerciais nas Asas Sul e Norte. 

Marmitas vendidas no Setor Comercial Norte
Foto: Kamila Siqueira
Alguns vendedores fazem ‘‘promoções’’ nas vendas, o que incluem saladas, refrigerantes e sobremesas como acompanhamento das refeições. A vendedora Leidiane Lima, 25 anos, oferece marmitas todos os dias no Setor Comercial Sul. Quando o cliente compra uma marmita por R$5, ele leva o refrigerante em lata, de graça. ‘‘Aqui a concorrência é bem grande, então a gente tá sempre mudando o cardápio. Damos o refrigerante de graça, porque mais pessoas vêm comprar’’, contou a vendedora que se identificou como Leidiane. Ela começou a vender as marmitas por influência de uma amiga.

‘‘Eu estava desempregada e uma amiga me falou do dono de um restaurante que estava precisando de gente para vender os almoços por aqui”. Ela ganha R$ 150 por semana, alimentação e passagem. “Geralmente, eu fico das 11h30 até às 15h, depois tenho a tarde livre’’ finalizou.

Por volta das 11h, nos arredores da Rodoviária do Plano Piloto, foi possível observar uma menor de idade chegando acompanhada de um rapaz, aparentemente da mesma idade que ela, carregando uma caixa de isopor. Os dois colocaram a caixa em um banco, ela se sentou próximo enquanto o garoto saiu.

Quando notou que a equipe do Esquina On-lineestava se aproximando, logo abriu a caixa, e exclamou: ‘‘vai uma marmita ai, dona?’’. Esse é o dia-a-dia de Maria*, de 15 anos. Todos os dias, ela e o primo, trazem as marmitas feitas pela avó, do Setor P Sul, bairro da região administrativa de Ceilândia até Brasília.

‘‘A gente vendia bala, picolé e outras coisas, mas depois que um monte de gente começou a vender marmita, a gente quis mudar também’’, expressou a menor com desconfiança. Esse não é um caso isolado, diversas crianças ocupam os arredores da Rodoviária e dos Setores Comerciais Sul e Norte para vender doces, produtos piratas e quentinhas. ‘‘Eu não estou estudando não. Preciso ajudar em casa, então venho vender marmita’’, desabafou.

O estudante Marcos Rocha, que trabalha no Setor Comercial Norte, recebe R$ 9 de vale-refeição por dia. Como o preço dos restaurantes vai além do orçamento, Marcos optou pelas quentinhas. ‘‘Eu prefiro comprar as marmitas, já que o rapaz aqui vende por R$ 5. O que sobra do benefício, eu misturo com o salário do mês’’, afirmou o estudante.

Um rapaz que preferiu se identificar apenas como Carlos, e não relevar a idade começou a vender marmitas para ajudar em casa. Ele contou que trabalhava em uma empresa, porém ao ser demitido, ficou preocupado com a situação. A solução surgiu através da avó, que gostaria de vender algo. Decidiram então que ela passaria a cozinhar e ele iria para a rua vender.

          As conhecidas “Quentinhas da Vovó” são vendidas pelo preço de cinco reais e têm um cardápio para cada dia da semana. Porém, Carlos calculou que o preço não deveria ser esse. “O valor dessa marmita tinha que ser R$7, mas como a concorrência é grande e tem gente que vende a R$ 6, com refrigerante, acabo fazendo por R$ 5”.


Carlos e a caixa de isopor com as marmitas vendidas no Setor Comercial Sul
Foto: Kamila Siqueira


Fiscalização


Carlos diz que uma das maiores dificuldades é lidar com a fiscalização. “Quando os fiscais batem, todo mundo corre. Já tive mercadorias apreendidas algumas vezes”, desabafou.

De acordo com a assessoria de imprensa da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (AGEFIS), os fiscais percorrem trechos dos setores comerciais todos os dias, para verificar a incidência de ambulantes. Os representantes da AGEFIS recolhem as mercadorias, desde materiais piratas a alimentos. Conforme foi informado, depois de apreendidas, as mercadorias vão para o depósito do órgão. Os responsáveis por esses materiais devem ir até lá, pagar pelos custos. Em geral, o alimento é incinerado. Ninguém vai preso, mas se os ambulantes apresentarem resistência, eles podem ser levados à delegacia, para prestar esclarecimentos.

Para a auditora de atividades urbanas da ANVISA, Regina Alice, as pessoas devem tomar o máximo de cuidado com o consumo desse tipo de alimentação. Segundo ela, não há fiscalização própria para esse tipo de trabalho, então nunca se sabe em quais condições essa refeição foi preparada. 

‘‘Essas marmitas não estão na competência da Agência, então não existe um controle sobre elas, os restaurantes tem fiscalização periodicamente, por isso é mais adequado que as pessoas comam nos locais fiscalizados’’ declarou.

‘‘Nossa vida é influenciada pela troca de informação’’, diz Marcelo Tas  

Posted by: Jamile Rodrigues




Durante 40 minutos, o comunicador contou experiências profissionais, desde o primeiro dia de aula, até a carreira. Com uma palestra voltada para a área da educação e internet, Tas abordou temas como a escolha profissional e as mídias sociais.
Antes de se tornar apresentador, Tas estudou engenharia na Universidade de São Paulo (USP). Lá conheceu ‘‘rede de amigos nerds’’, e descobriu vocação para a comunicação. Esse grupo coordenava um jornal que misturava humor com jornalismo. No terceiro ano de engenharia, tornou-se editor-chefe desse jornal. Após assumir a edição do jornal, Marcelo conheceu um rapaz que estudava Arquitetura e Urbanismo, chamado Fernando Meirelles. Hoje, cineasta e produtor conhecido em todo mundo. ‘‘Naquela época, ele (Fernando) não sabia dirigir uma câmera, eu não sabia ser repórter e os políticos não sabiam dirigir o país, deu tudo certo’’, conta Tas, em tom de brincadeira, fazendo toda a plateia rir.
A reflexão que o apresentador trouxe foi a de que a internet modifica a maneira como as pessoas estudam, trabalham e se relacionam. Ele também reforçou os aspectos de como essa rede tem influenciado na vida de cada um. ‘‘Não é só porcaria que tem nessa rede, geralmente a gente fala só o que é ruim né? A pornografia e a pedofilia. Aliás, isso circula muito antes de existir a rede’’.

Por ter estudado engenharia, o jornalista abordou a conexão que existe entre essa área e a comunicação. Contou a história de Arthur C. Clarke, escritor e inventor britânico, apaixonado pelas telecomunicações. Em 1945, Clarke publicou um famoso artigo na revista Wireless World que analisava qual a importância do conceito de satélite geoestacionário como futura ferramenta para desenvolver as telecomunicações. Nessa década, não havia transmissões ao vivo de eventos e acontecimentos. 24 anos depois, em 1969, quando o homem pisou na lua, aconteceu a primeira transmissão ao vivo, graças ao estudo de Clarke. ‘‘Imagina se tivesse twitter nesse dia?’’, indagou Tas. Desde então, as gerações tem se modificado e tudo está na internet. ‘Nossa vida é influenciada pela troca de informação’’.
Em entrevista à Agência de Notícias UniCEUB, Marcelo Tas identificou as redes sociais apenas como plataformas. ‘‘Não é negativo, nem positivo, porque as redes sociais são simplesmente plataformas, ferramentas. Elas não têm vida para ser boas ou más, quem é bom ou má, é ser humano. Então, depende como a gente usa". Um fato indiscutível, de acordo com o apresentador, é que hoje, as redes fazem parte da realidade do mundo do trabalho, particular, afetivo e da educação. "Temos que aprender a usar bem, não podemos ignorar que elas existem, se não, elas vão acabar atrapalhando’’.




Por Jamile Rodrigues e Thaís Ribeiro
Foto: Kamila Siqueira

Por um mundo menos pobre e mais verde  

Posted by: Jamile Rodrigues

Rio de Janeiro sempre esteve no centro das atenções do Brasil. E foi lá que, dos dias 13 a 22 de junho, aconteceu a Rio +20. Uma conferência da ONU, que reuniu líderes do mundo todo para discutir metas para transformar o planeta em um lugar melhor, através do desenvolvimento sustentável 


             Rio+20 não foi uma reunião para discutir meio ambiente, mas sim para analisar como campos sociais e ambientais, além do econômico, devem ser considerados para o desenvolvimento dos países.
             - Sou apenas uma criança, mas ainda assim sei que se todo o dinheiro gasto nas guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza, para achar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso a terra seria – Com essas palavras, a canadense Severn Cullis-Suzuki calou o mundo há vinte anos, na Eco-92. Atualmente com 32 anos, ela esteve presente na cúpula dos povos, na Rio+20 e disse que se sente muito animada em ver os jovens engajados nos debates sustentáveis. – Usem suas vozes. O mundo precisa ouvir essa simples mensagem, o desenvolvimento sustentável significa justiça intergeracional, e é baseado nas crianças e nos jovens do futuro – Disse Severn, Orgulhosa. 
             A comparação entre a Rio+20 e a Eco-92 é inevitável, já que este ano, uma certa revisão do texto de 20 anos atrás, aconteceu. A Eco-92 ampliou a consciência ambiental e fez com que os líderes governamentais traçassem metas para um futuro sustentável. A esperança, agora, é que isto se repita com a Rio+20.
            Os últimos três dias da Rio+20, com o tema The Future We Want (O Futuro que Queremos) foram marcados pelo encerramento do texto oficial e a aprovação de um plano para o avanço da ‘‘economia verde’’, uma forma de combater a pobreza e os problemas que o meio ambiente tem enfrentado. Infelizmente, várias críticas foram feitas, e vieram tanto da cúpula dos povos, quanto de ONG’s e de boa parte dos representantes dos 191 países presentes. Mas para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a conferência foi um sucesso, os discursos terminaram e agora é a hora de começar a trabalhar. Ele advertiu os líderes mundiais de que o futuro está em nossas mãos. 
           Confiante, a Presidente Dilma Rousseff, afirmou que o documento final da Rio+20 ‘’não retrocede’’ em relação à Eco-92, mas avança. 
           O acordo final conta com 53 páginas, e cita os principais problemas do planeta, o desmatamento, a fome nos países pobres, o esgotamento dos recursos naturais e a extinção de milhares de espécies. E a partir de agora, segundo a Presidente Dilma, a prioridade máxima do mundo é erradicar a pobreza e fazer com o que o planeta produza de forma sustentável.

Quando eu quase desisti de jornalismo  

Posted by: Jamile Rodrigues

                    Em dezenove aninhos vividos (e bem vividos por sinal), só pensei em cursar duas coisas nessa vida, odontologia ou jornalismo. Com a pressão do papai e de boa parte da família, quase optei por direito ou medicina. Mas nunca gostei muito de constituição e não era tão inteligente para a área de saúde. Aos quinze anos tomei a decisão mais arriscada da minha vida, vou fazer jornalismo! Chamo de arriscada, porque quando nós escolhemos uma profissão, abrimos mãos de todas as outras. Óbvio que no meio do curso, ou após a conclusão, a gente pode mudar, escolher outra área, totalmente diferente. Mas a escolha que fazemos, principalmente no meu caso, já que coloquei meus pés na Universidade aos 16 anos, é sempre arriscada.
                     Mas a minha belíssima ou trágica história só está começando. Como uma garota que não era muito fã de escrever, decide cursar jornalismo? Pois é. Mas o meu pensamento inicial foi: eu falo demais, preciso usar toda essa força de vontade para falar, em alguma utilidade. E ai fui, cheia de sonho e com a maior vontade de mudar o mundo (todo estudante de jornalismo pensa assim ou só eu?)
                     Os semestres foram passando e em quase três anos cursando jornalismo, descobrindo coisas, pessoas, histórias. Me apaixonando cada vez mais pelos enredos narrados em sala de aula. Passado alguns semestres, no quinto eu me deparo com uma disciplina que eu pensei ''agora sim! Decide o que eu quero. TV!'' Pronto, sabia que a partir daquele momento, ia optar por áudiovisual.
                      Só que diferente do que possa parecer ou do óbvio, eu não me apaixonei. Não senti tesão pela área, e até alguns desentendimentos (coisas que não devem ser citadas por aqui) foram me fazendo desistir pouco a pouco de trilhar o caminho televisivo (e quase me fizeram desistir de jornalismo). Mas o semestre não foi todo sem paixão,  outra disciplina me prendeu e de repente, me vi ligada ao jornalismo outra vez, edição e cobertura jornalística. Li livros e textos fantásticos de autores que não mudaram o mundo, mas com certeza, fizeram a diferença e ainda fazem. Aí, o gosto pela escrita voltou e como um flash, a vontade de ser colunista (vejam só os desejos dessa garota) me venho a cabeça. Porque não?! Transmitir de forma objetiva, porém emocionante, o que muitas vezes é tratado simplesmente como notícia. Lembrando que para mim, a notícia vai muito além de informar. Ela tem a função de emocionar, de questionar e no fundo, de ajudar os outros. E então eu percebi que não importa a plataforma, seja imprensa, áudiovisual, blog, ou qualquer outra, a minha função, como jornalista, é não desistir de ajudar quem estiver precisando.

 

Posted by: Jamile Rodrigues

[...] ''Embora não conste em nenhum manual de Jornalismo que o repórter tem, entre outras coisas, a função de acabar com a fome, sempre é bom poder ajudar alguém com aquilo que a gente escreve''.

Ricardo Kotscho

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Posted by: Jamile Rodrigues

É noite de terça-feira. As pessoas, exaustas de suas horas de trabalho, se amontoam umas entre as outras, tentando encontrar um lugar ''confortável'' no ônibus. Lá fora, segue uma quilométrica fila de carros, ônibus e caminhões, na esperança de chegarem logo em seus destinos. Voltando para a cena do ônibus, os que estão sentados, dormem, olham com piedade para os que estão em pé ou simplesmente, parecem pensar sobre a vida. Os que estão em pé, pobres coitados, sentem dores nas pernas e o desespero por estar em um lugar tão pequeno e ao mesmo tempo, tão abafado! De repente, alguém desmaia. Coisa comum nas viagens de transporte público de hoje. Os que estão por perto, socorrem, os outros continuam olhando com normalidade aquela cena. Os gritos de ''abram as janelas, está muito abafado aqui'' ecoam enquanto o motorista, já atordoado, tenta guiar o ônibus até o destino final. A moça acorda. Ufâ! Foi só uma queda de pressão! Continua sentada no lugar sedido por alguma alma caridosa, assim que a viu desmaiada. A viagem prossegue, o engarrafamento finalmente termina. O motorista corre, talvez na esperança de compensar o tempo perdido. Depois de demorados minutos, o ônibus chega no seu destino e em cada parada, as pessoas descem. Na certeza de que amanhã, acontece tudo outra vez. E esse vai continuar sendo a imagem do transporte público de Brasília, pelo menos até o aumento da frota de ônibus, prometido há alguns anos.